quinta-feira, 8 de março de 2012

Ao mar.


Pus meu barco ao mar. Pouco à pouco, fui me perdendo em sua imensidão. Tão azul e fascinante era! Não sei quantas léguas haverei de navegar e nem quanto tempo se passará até que volte novamente ao meu ponto de partida, onde deixei as pessoas que tanto amo.

Na vida de um pescador, a luta pela sobrevivência lhe obriga a correr enormes riscos. Mas não fui à procura de peixes. Fui descobri que terra há do outro lado do oceano e que gente nela habita.

Horas se passaram e já estava quase no entardecer e então senti que as tempestades se avizinhavam. Os ventos de incertezas sopravam forte. Aos poucos, as nuvens cinzentas obscureciam os raios de sol.

Ouvi fortes trovões e clarões riscavam o céu. A tormenta chegou com grande força. Lembrei-me dos tempos de infância, ao ouvir certa vez um velho jangadeiro contar da lenda do marinheiro que pescou um peixe de quase dois metros após velejar por mais de 1 mês sem ter contado com a ajuda de quem quer que seja!  

Segurava em minha mão direita uma bússola, tracei de imediato uma rota de navegação. De repente, uma onda se abateu sobre o barco e descuidadamente deixei-a cair nas águas turbulentas e imediatamente veio à mente a desesperança de um dia alcançar a firme terra de onde partira. Teria, a partir de então, de me guiar por intuição. Contra o vento, direcionei as velas e velejando, fitei o horizonte, almejando chegar ao lugar que não deveria ter saído naquele momento e assim esta experiência não me fez mais o mesmo que fui no início de tal jornada épica.

Conclui que somos movidos por sonhos ou vaidades e que muitas vezes não enxergamos o perigo que corremos ao agir por força de impulso. 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Estrelas.




Brilham as estrelas, na imensidão profunda do espaço sideral. Solitárias e distantes, intocáveis no dossel celeste, a embalar nossos sonhos pueris mais profundos. 

Ao olhá-las com minha simples luneta, vejo passado se revelando. E o quão nossa existência é diminuta, ante a complexidade do universo. Talvez elas não mais existam, pois sua luz demora muito tempo até que nossos olhares a contemplem. 


Brilham, anos-luz adiante. Mas quando finalmente elas deixarem de emitir sinal de vida, ficará a lembrança daqueles bons momentos ao olhar para o céu e se ver como parte de tudo.